domingo, 21 de março de 2010

Nova estratégia americana para América Latina?

A publicação Le Monde Diplomatique Brasil de fevereiro trouxe uma cobertura interessante sobre a intensificação da presença americana na América Latina desde o início do governo Obama.
"Tendência do pós-guerra fria, os Estados Unidos passaram de uma estratégia de contenção do rival soviético para a busca da onipresença planetária. As novas tecnologias militares não exigem mais bases gigantescas, mas uma densa rede de pontos de apoio previamente posicionados".
Até mesmo as ações humanitárias deixaram de ter um caráter desmilitarizado passando a representar uma forma de entrada para a ocupação militar.
"A operação militar montada pelos Estados Unidos após o terremoto devastador no Haiti é um exemplo de como guerra e ajuda humanitária já dividem as mesmas trincheiras na geopolítica. A tragédia foi a brecha para estadunidenses realocarem tropas no Caribe e mostrarem que podem atropelar vizinhos e as Nações Unidas".
Aos poucos, os militares vão chegando com diversos objetivos, desde combate ao narcotráfico e a guerrilha, ajuda humanitária ou até mesmo a conhecida política de combate ao terrorismo. Atualmente, os Estados Unidos contam com 13 bases militares espalhadas pela Colômbia, Aruba, Curaçao e Panamá, além da presença da IV Frota americana.

O que se percebe é uma crescente desestabilização dos governos contrários a Washington e uma marcante intimidação pela presença crescente de militares americanos na região.

Ainda é cedo para afirmar até que ponto a concessão de bases militares representará a mitigação da soberania dos países da região, mas com toda certeza, reverter esse processo de intervenção americana será um trabalho árduo e o preço a ser pago por esses países pela sua incapacidade de lidar com seus problemas internos será alto.

Alexandre Santiago da Silva.

As reportagens podem ser lidas na íntegra no site do Le Monde Diplomatique Brasil, textos: Ajuda militarizada e Na mira de Washington.

Le Monde Diplomatique Brasil, Ed. 31 - FEVEREIRO 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário