sexta-feira, 11 de junho de 2010

O bloqueio econômico à Faixa de Gaza


O ataque de Israel ao grupo de seis navios no dia 31 de maio de 2010 que transportava cerca de 10 mil toneladas de suprimentos e 750 pessoas para a Faixa de Gaza chamou a atenção da comunidade internacional para a situação na região. Em situações de conflito a ajuda humanitária provida por ONGs é fundamental para aliviar os sofrimentos da população local, que passa pela escassez de alimentos, medicamentos e água potável, dentre outros insumos. Contudo, o governo de Israel proibiu o acesso de quaisquer embarcações ao local, permitindo a entrada de ajuda humanitária apenas por terra, a partir de comboios inspecionados nas fronteiras.

O bloqueio econômico à Faixa de Gaza, imposto por Israel e Egito, é uma resposta ao controle da região pelo movimento nacionalista islâmico Hamas, considerado uma organização terrorista pela maioria dos atores internacionais. O Hamas não reconhece o Estado de Israel e considera a ocupação daquele território ilegal, sendo diversas de suas facções mais radicais favoráveis à destruição completa do Estado de Israel.

Contudo, percebe-se que o bloqueio econômico acaba não tendo o resultado esperado por Israel, considerando que os líderes do Hamas não são o objeto direto da punição, mas sim a população da Faixa de Gaza. Com os cortes de eletricidade e a limitação da entrada de bens à região, Israel, além de ganhar a censura da comunidade internacional, também intensificou a condição de miséria dos palestinos, o que, ao invés de provocar o levante contra o Hamas, acaba fortalecendo o extremismo dos palestinos e a receptividade à atuação do grupo.

Seria muito pessimista concluirmos que a paz está completamente descartada, já que alguns líderes mais moderados do Hamas admitem a possibilidade de negociação. O grande problema é que Israel não reconhece o Hamas como um ator legítimo, de forma que, atualmente, a situação encontra-se em um impasse, deixando como vítimas as pessoas que vivem na Faixa de Gaza.






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