quarta-feira, 2 de junho de 2010

O homem que deteve um exército



Essa inesquecível cena do homem que por alguns minutos parou a coluna de tanques chineses percorreu o mundo no final do século XX. O incidente ocorreu em junho de 1989, no chamado Protesto na Praça da Paz Celestial. Milhares de estudantes tomaram as ruas de Pequim, reivindicando reformas políticas na República Popular da China. O governo chinês preferiu suprimir as manifestações com o uso da força. Muitos rebeldes acabaram assassinados pelo exército nacional. Até hoje, não existe número oficial de mortes, mas acredita-se que ultrapasse a margem de mil vítimas.

Um dia após ao massacre, uma coluna de tanques do exército chinês toma a avenida que corta Pequim. Na imagem, o homem espera sozinho a chegada dos tanques, com algumas sacolas na mão. À medida que os tanques param, o homem parece tentar mandá-los embora. O desconhecido tem o nítido objetivo de impedir que eles ataquem as pessoas. O tanque até tenta desviar do rebelde, mas não consegue. Dessa forma, o piloto desiste e desliga os motores. O homem sobe no tanque, querendo conversar. Em seguida, o homem é retirado da frente dos tanques, para que estes sigam em frente.

Nunca se soube a verdadeira identidade e origem do homem que desafiou os tanques chineses. O mais curioso em todo esse episódio é que o piloto do tanque tinha autorização do governo chinês para atropelar o rebelde, mas curiosamente não o fez. Preferiu desviar do homem, chegando até a desligar os motores do tanque.

Essa imagem histórica mostra dois chineses desconhecidos em lados opostos: de um lado o jovem rebelde e de outro o piloto do tanque. O duelo entre a guerra, autorizada pelo direito chinês, e a paz. Por um momento da história a paz prevaleceu sobre a guerra, em virtude de uma simples e corajosa atitude. Infelizmente, a atitude corajosa do homem desconhecido não impediu que o massacre ocorresse. Mas, com certeza, restou na nossa lembrança o exemplo de não-violência demonstrado pelo jovem rebelde, que deveria ser seguido por todos.

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