quinta-feira, 3 de junho de 2010

Os EUA e a questão nuclear

Os EUA e a questão nuclear:

Após a Segunda Grande Guerra, surgiu um equilíbrio de forças entre 2 grandes potências, os EUA e a URSS (bipolaridade da guerra fria). O poderio soviético contrapunha ao estadunidense, comprovando, ainda que numa escala internacional, o que já afirmava Montesquieu: “um poder somente é freado por outro poder.

Neste diapasão, devemos admitir ser preferível 2 grandes forças antagônicas competindo por maior influência mundial do que apenas uma delas se expandindo hegemonicamente às custas de outras nações.

Acontece que com a derrocada da União Soviética, em 1991, os EUA passaram a reinar soberanamente, apesar de hoje esta liderança estar ameaçada pela galopante expansão chinesa, não desprezando os países emergentes que compoêm o BRIC, que correm por fora.

Nestes vários anos de domínio, os EUA, agindo como irmão mais velho, vêm se achando no direito de definir o que é melhor para o resto do mundo, sobretudo quando ditam as regras aos órgãos mundiais (ONU, Banco Mundial, etc.), criando, desse modo, inimizades pelo mundo afora. Isso pode ser comprovado, por exemplo, pela insatisfação dos não-americanos com as bases militares instaladas em seus países, para não dizer do mundo muçulmano que ama de paixão o Tio Sam. A exacerbação do radicalismo islâmico é um caso à parte, mas sabemos que sua revolta contra o Ocidente refere-se ao fato de o próprio EUA fomentarem nos corações e mentes islâmicas uma revolta assustadora, pois, por meio de sua beligerância costumeira, intrometem-se, descabidamente, com fins econômicos, na região do Oriente Médio. Foi assim quando financiaram Saddam Hussein na guerra travada contra o Irã, quando apoiaram os afegãos contra a invasão russa, quando invadiram o Iraque, sob o pretexto de nele haver armas de destruição em massa. Não esqueçamos dos sábios provérbios: “violência gera violência”, ou “quem planta vento colhe tempestade”.

Questão interessante a se refletir é o fato de os EUA, mais que qualquer outro país, preocuparem-se aflitivamente com a possibilidade de armas nucleares cairem em mãos inimigas. Isso pode ser explicado por existir temeroso receio norte-americano de que Estados e organizações, integrantes do “eixo do mal”, adotem atitudes revanchistas. O curioso é que o maior detentor de armas nucleares e lançador de 2 bombas atômicas sobre os japoneses ( terrorismo de Estado) se vê no direito de se opôr à obtenção dessas armas por certos países - Irã, Coréia do Norte - e, ao mesmo tempo, fazer vista grossa ao fato de outros as possuirem - Israel, Índia, Paquistão, Reino Unido, França -, adotando, assim, a conhecida expressão ”1 peso e 2 medidas”.

Mas, na atualidade, o que realmente vem assustando Washington é a desconfiança de que Ahmadinejad produza esse tipo de armamento, ou que dele se apossem os terroristas.

Os EUA, não se dando por satisfeitos, ainda cometem o despropósito de, na voz de sua Secretária de Estado, Hillary Clinton, criticarem a postura diplomática brasileira de, juntamente com a Turquia, fechar um acordo com o Irã sobre o enriquecimento de urânio.

Ficam, então, 2 perguntas seríssimas a serem feitas. No contexto histórico mundial que estamos ainda cabe espaço para ações imperialistas? A paz entre as nações se obtêm pela força bélica, ou através de argumentos convincentes e concessões mútuas?

Que Alá e Deus olhem por nós!


(referência p/ leitura: artigos de colunistas: "Irã e o império decadente"-Folha de S.P.de 23/05/10; "Império da guerra sufoca democracia"- Estado de Minas, de 31/05/10)

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