sexta-feira, 16 de abril de 2010

A liberdade de escolha e a (in)tolerância.

http://www.youtube.com/watch?v=gZU9amoHM6M&NR=1

Quando alguém fala sobre direito, é comum o outro interlocutor pensar em crime ou violência. Também me inclino neste mesmo sentido de fluxo comum. Ao pensar no tema direito e paz, me vem à mente o tema direito e violência. Dentro desta temática, há um assunto sempre em voga e constante causador de polêmicas: o preconceito. A constituição Federal em seu preâmbulo já assegura: é o Brasil um país plural. Também na Carta Magna está assegurado o direito a liberdade, igualdade e a não discriminação. Este é o texto, é o direito formal. Todos nós sabemos, entretanto que o grande desafio do Direito não é o de existir, mas sim o de ser eficaz. A eficiência do Direito não está em assegurar que punição condutas que se encaixem nas previsões legais. Está é a sistemática do direito: a toda hipótese de incidência se aplica uma conseqüência jurídica. A eficácia do Direito então está assegurada pela educação da população no sentido de assegurar a formação de uma consciência coletiva, de que o que está defendido na norma é o certo e deve ser respeitado.
Apesar da garantia a igualdade e liberdade e a não discriminação, como fora exposto acima, é comum ver circular na mídia notícias que relatem preconceito, e agressões oriundas por manifestação de preconceito.
O Big Brother Brasil 10 foi um sucesso na mídia com altos índices de audiência e com recordes de participação do público – em um programa de constante integração, onde o vencedor é aquele que obtêm maior aprovação popular. O participante Marcelo Dourado foi o vencedor e foi também responsável pela criação de uma legião de fãs, que se organizaram em comunidades veiculadas na internet para defenderem a permanência do membro do programa na casa e sua vitória. Conhecido pelo estigma de “bad boy”, o participante foi muitas vezes apontado como sendo um homo fóbico, pois em seus discursos proferiu frases de caráter retrógado e intolerante como a afirmação de que o heterossexual pode praticar sexo sem camisinha sem preocupação com a possível contaminação pelo vírus da AIDS, uma vez que este vírus só se passível de transmissão sexual em relações homossexuais. Não quero aqui fazer qualquer tipo de acusação. O que pretendo é fazer uma constatação. A meu ver a “paixão” despertada por “Dourado”, a imensidão de seguidores que votaram em sua vitória, mostra a concordância de uma grande parcela da população com as opiniões expressadas pelo “machão”. Sua vitória aparece para mim como a evidência de uma sociedade veste-se sobre uma falsa máscara de uma modernidade do século XXI, onde “tudo pode”, mas na verdade, conserva vários conceitos retrógados e tradicionalistas e de manifesta intolerância.

Patrícia Poliane Silva Camelo

Nenhum comentário:

Postar um comentário